7.6.11

Ando bastante desorientado, era pra ser esse o título, ando desorientadíssimo.. quem sabe, arranjem para mim qualquer denominação, até mesmo nome para esse ritmo. Andei descobrindo coisas sobre esse meu eu tão pobre, que nunca consegue transcrever algo quando as coisas perdem o ritmo. Aceleram ou desaceleram? Não sei. Acho que quando nos relacionamos com essa coisa de querer mostrar o que acontece por dentro, ou simbolicamente cuspir a saliva seca; acabamos cobrando de nós mesmo. Espera, escrevi tantas coisas significativas pra mim que, agora, dentro de mim, explode em silêncio quando analiso o que posso tirar desse teclado tão barulhento. E merda! Percebo que nesse estado tão metafórico-de-psicose-obcecada, não consigo te dizer tudo que penso, não consigo te mostrar meu ângulo de visão e de fato, e de olfato, e de tato. E paladar.
Quando chegar aqui, porque sei que você chegará, eu espero que você compreenda muito bem que eu não quero mais nada além desse erro que cometi e, que viverei dele afundo até não poder mais, até quando tirarem esse poder de mim. Estou no meio do clarão, e me perdoe mas ainda não estou completamente cego. Claro que ainda me resta um pouco de luz, parecido com aquela coisa viva que existia nos meus antigos textos e versos... Mas é que naquele tempo eu ainda não tinha a verdadeira visão, naquele tempo a minha visão estava em falta. Agora? Desnecessário querer contar-lhe o verdadeiro segredo que é, quando é tão bom guardar pra mim, é tão mais verdadeiro quando guardado só pra mim. E ontem, só dentro da memória foi ontem, me veem esses segredos tão formados, tão gordos que Fernandes tanto diz que um dia sumirão. Tem certeza? Elas impregnaram aqui, um inferno. Só aparecem também, quando penso em novamente fugir como daquela vez nos piores tempos de Agostos e depois no outro ano, em Maio, onde os melhores lugares eram dentro de casa e na cama, com uma sequência de medicamentos em fila, que só o quadro branco lembrava. E ninguém, ninguém soube um dia. E agora digo que sim, é de extrema complexidade querer tomar conta de si próprio nesses tempos que a gente não entende muito bem, mas não se pode abusar tanto assim quando não existe orgulho propriamente dito, sabe? Só ocorre mesmo com aqueles que entendem tal desvalorização do próprio, e só se vai quando aparecem outros rondando a mesma esquina vazia da gente. Engraçado isso, viu? Mas é preciso andar bastante pra bater de cara com alguém pela mesma esquina, mesma praça, mesmo até uma perseguição? Isso já desencadeia outros caminhos.
Pra mim torna-se diferente, ainda mais quando não se quer nem sair de casa pra ir caminhar e se for, só se for para correr, correr para muito longe e chegar naquele lugar lindo de pescadores que queria te mostrar, lembra? Onde não existe ninguém que atrapalhe o meu processo vital de memórias. Guardo pra mim, vou guardando, memorizando... Não posso jamais esquecer. Não importa o que digam, talvez faça mal pra saúde mesmo, talvez faça mal pra saúde até de quem está perto. Saúde do coração, que cá entre nós, nem faz tanta falta assim.... Saúde da cuca, ela que precisa de ajuda. Mas não encontrarei ninguém enquanto continuar a te desenhar em toda a esquina que dobro para encontrar lugares novos, em todo lugar que vou - até dentro de mim, guardo pra mim, só pra mim; memorizando...

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