9.5.16

Permaneço

Ainda estou aqui, por incrível que pareça.. Nesse lugar que não clareia, mesmo entre todas essas inseguranças existentes, ainda estou aqui.
Permaneço aqui, porque meu corpo não se retrai quando você o toca, minha mente não oscila quando você se cala, e muito menos minha garganta falha quando preciso responder as tuas juras. Porque juro melhorar e me firmar também, juro tornar-me mais delicada para que se sintas mais forte... Juro abrir mão de ir atrás para caminhar a sua frente e até juro carregar só essa bolsa de lado para que não pensem que estou aqui só pra carregar tuas coisas, que também são minhas agora - mesmo que esteja aqui por isso também.
Ah meu bem, eu até rio de mim quando me vejo assim, abraçando o sol e me deixando esquentar - assim que as portas desse local se abrem para vermos que não é mais dia lá fora. E tudo bem não ser, sei que teimo para parecer mais forte mas deixo-me ser frágil também - para que ao invés de interferências eu só escute sua voz dizendo que sou especial e eu acredito amor, nessa canção - que é de sua composição também, aliás só poderia vir de você.
Por que eu não vejo mais ninguém ou eles que não me vêem? Sumi nesse complexo que é completar meus dias em você, naquela parte que me faltava e hoje acho aqui; ainda sem definições que se ajeitem à tudo que te digo, porque sei bem que você não entende tudo que falo em demasia, talvez eu te distraia de mim só pra te chamar atenção outra vez.
E te desperto enquanto me fazes dormir, te chamo, te encanto, te levanto e te molho e te seco dentro desse banheiro que não cabem dois, mas sim três ou quatro .. Quantos você quer? Quantos textos serão precisos pra caber tudo o que sinto por você? Penso em bíblias, dicionários, enciclopédias, tudo aquilo que você não tem paciência pra ler - porque preferes minhas conversas banais e sérias; tão pouco parece, esse muito de você.
E sobre você, ainda não disse e nem me permito falar, porque quando te penso só me deságuo nesse oceano que és e me és e nós somos. Você é tanto em pouco, que parece pequeno esse tempo que te decifro, mesmo sendo muito a intensidade disso.. Mas dessa vez não paraliso, só permito - porque tu deixas, permitir.
Então permito achar que é loucura não poder palpar o que sinto e sentir que a garganta explode de algo que é palpável; como uma agonia, um embrulho de lágrimas que está pronto para erupção - mas não de desespero como era de praxe, mas de felicidade e .. amor - amor é o que sinto? O que sobe estômago acima e me faz dizer essas coisas assim, um tanto quanto novas e não premeditadas e meio trêmulas porque ainda não aprendi a dizer? Mas digo porque sei que me acostumarei a sentir, a você.

E te sinto em minha permanência, porque quero aprender teus olhares, teus trejeitos, teus defeitos e teu conjunto de um todo imprevisível - que se funda ao meu desconjunto previsível e monta um novo alguém todos os dias, nesses locais que não são mais de dia porque eu deixo ser noite.
Só permaneço aqui porque descobri que esse lugar só clareia, quando você está dentro - já que você é a única luz proveniente aqui, fora e dentro de mim.



"Desde que te vi, o chão não tem fundo o céu não tem forro, cantarolo e morro.. De rir".

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